Estão todos aí?

Todo jornalista, todo escritor, todos que se propõem a publicar seus textos são vaidosos, narcisistas por excelência. E eu sou um deles - um narcisista inseguro. Por isso, resolvi postar em vez de me prostrar. A idéia de “Por Volta da Meia Noite” surgiu para compartilhar devaneios, reflexões e amenidades com quem estiver disposto. Mas por favor, não leve me leve a sério. Todas essas palavras são despretensiosas, embora eu não as esteja jogando ao vento.

Logo acima, escrevi idéia porque tenho até 2012 para me adaptar às novas regras ortográficas, então, acostume-se com a escrita dentro e fora dos padrões.

Por falar em palavras, não me lembro se li, ou se alguém me disse que um escritor tem 15 páginas para te convencer a ler seu livro. Se depois disso você não sentir atração pelo texto, parta para outro (livro ou escritor).

Aqui não existirão livros. Digitarei 500, mil, cinco mil caracteres (textos enormes, se pensarmos que a nova moda são os 140 toques por postagem), portanto, não hesite em parar de ler caso o primeiro parágrafo não agrade. Vá para outro texto, outro blog, ou então, vá para a puta que pariu.

Aproveite!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Só café. Nada de cigarros...

Hoje, assisti “Sobre Cafés e Cigarros” pela segunda vez. Em casa, as coisas são diferentes: passei um belo café do cerrado na minha Bialetti e fumei todos os Marlboros vermelhos que quis durante o filme. Não vou negar: prestei muito mais atenção hoje. Na primeira vez, assisti no cinema, e, como sou altamente viciado em cafeína e nicotina, no segundo curta do filme, a fissura já tinha me dominado. Me senti o próprio Ewan McGregor se desintoxicando em “Trainspotting”.

Cara, que filme! "Trainspotting" é ótimo, mas estou falando do primeiro. Ele começa bem porque é dirigido pelo Jim Jarmusch. As participações de Tom Waits e Iggy Pop (foto abaixo), Steve Buscemi; Bill Murray; Steve Coogan e os irmãos “White Stripes”, (Jack e Meg White) em conversas inusitadas, nonsense (enquanto tomam café e fumam seus cigarros) são o toque final, a cereja no bolo do longa que começou a ser filmado nos anos 80 e foi lançado completo em 2003.

Mas não estou aqui pra fazer crítica de filme. Quero criticar outra coisa. Na verdade, quero criticar quem tanto me (nos?) persegue. Os não fumantes xiitas. Hoje à tarde, fui ao médico. Descobri que estou com uma leve faringite. Coisa de fumante. Enquanto esperava o ônibus, um senhor de idade estava fumando. Em pé. Na rua. Sentada, no ponto, uma senhora começou a se sentir incomodada com a fumaça. Até aí, tudo normal! O grande problema é que, em vez de apenas se levantar e ir para longe do tiozinho, antes, ela fez uma cena de cinema reclamando da bendita fumaça. Adorei a reação do senhor de idade. Na verdade, adorei a sua total falta de ação. Não falou nada com a mulher. Sequer olhou para ela. Mas é claro! O cara estava no meio da rua! Será que a partir de agora não poderemos mais exercer o direito de ter um prazer (ou satisfazer um vício) nem no meio da rua?

O caso dessa mulher é absurdo. Coisas parecidas já aconteceram comigo e, com certeza, com vários fumantes. Certa vez, estava em um café daqui de Belo Horizonte, quando uma madame me cutucou. Ela já começou mal, pois não admito o dedinho indicador no meu braço seguido do “por favor”. Virei-me e perguntei o que ela queria. E o que era? Ela me pediu pra parar de fumar, pois eu a estava incomodando. Como vovó já dizia: “Os incomodados se retirem”. Só pude dizer isso a ela. Porra! Nove e meia da manhã em uma cafeteria (na época, lá não existia áreas para fumantes e não fumantes) e uma merda de perua vem me mandar apagar o cigarro?! Vá pra puta que pariu com açúcar em cima!

Pouco tempo depois, essa bendita cafeteria criou áreas para fumantes e não fumantes. O problema: a parte interna era praticamente destinada aos não adeptos do pirulito cancerígeno. Adorei quando ela fechou. Pena que deu espaço a mais uma loja de celulares. A Praça da Savassi deveria mudar de nome. “Praça das Operadoras”. Ou então para "Praca Oi! Seu TIM está Vivo? Claro!" Essa foi péssima!

Vou fazer uma comparação ridícula e infeliz, pois a situação pede isso. Qualquer pessoa pode entrar em uma cafeteria, em uma tabacaria. Da mesma forma, todos podem ir a uma boate gay (GLBT, GLS, sei lá). Ninguém pode impedir. Agora, o lance é simples. Ambiente. Uma cafeteria ou uma tabacaria são ambientes feitos para nós (fumantes). Ali, passamos horas curtindo nossos prazeres (fumar, tomar café, ler) e não queremos ser incomodados. Se você não gosta, o problema é seu, mas não me peça para apagar o meu cigarro. Se eu estiver em uma boate gay e um cara passar a mão na minha bunda, eu não vou partir pra cima dele dando porrada. Ali é o lugar dele. Ele pode passar a mão na minha bunda. Só vai caber a mim, dizer que não é a minha praia. Ponto.

Voltando aos cafés e cigarros. Cheguei ao consultório bem mais cedo do que esperava, então, fui para o Kahlua Café. Adoro aquele lugar! Adoro conhecer os garçons, alguns freqüentadores, o dono do café. Adoro saber que lá só tem área para fumantes. Adoro me sentar sozinho ou com um amigo e passar horas pitando, tomando um café ou uma água e jogando conversa fora. Quem não gostar, vá para outro lugar. Mas isso me fez lembrar que, daqui a pouco, a situação vai ser diferente. Essa lei proibindo o fumo em ambientes fechados vem me dando medo. Já existe em vários países (até na França), já tá pra entrar em vigor em São Paulo e, pelo jeito, não demora a chegar aqui. Mas essa lei fica pra próxima, pois, além de estar ouvindo Cat Power, o remédio que a médica me receitou pra faringite parece ser forte. Mesmo tendo tomado uma bela xícara de café, o sono tá me matando.

Au revoir...

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