Estão todos aí?

Todo jornalista, todo escritor, todos que se propõem a publicar seus textos são vaidosos, narcisistas por excelência. E eu sou um deles - um narcisista inseguro. Por isso, resolvi postar em vez de me prostrar. A idéia de “Por Volta da Meia Noite” surgiu para compartilhar devaneios, reflexões e amenidades com quem estiver disposto. Mas por favor, não leve me leve a sério. Todas essas palavras são despretensiosas, embora eu não as esteja jogando ao vento.

Logo acima, escrevi idéia porque tenho até 2012 para me adaptar às novas regras ortográficas, então, acostume-se com a escrita dentro e fora dos padrões.

Por falar em palavras, não me lembro se li, ou se alguém me disse que um escritor tem 15 páginas para te convencer a ler seu livro. Se depois disso você não sentir atração pelo texto, parta para outro (livro ou escritor).

Aqui não existirão livros. Digitarei 500, mil, cinco mil caracteres (textos enormes, se pensarmos que a nova moda são os 140 toques por postagem), portanto, não hesite em parar de ler caso o primeiro parágrafo não agrade. Vá para outro texto, outro blog, ou então, vá para a puta que pariu.

Aproveite!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pólvora branca ou preta?

Ontem à noite, passou Traffic na TV a cabo. Assisti novamente. Já vi o filme uma penca de vezes, mas não me canso dele. Cheio de atores bons, uma temática interessante e fotografia sensacional (a trilha sonora também é nota 10!). Aquele lance de colocar os tons mais amarelos, mais quentes quando as locações são no México, e um tom azulado, bem frio quando se passa nos Estados Unidos foi muito legal. Apesar de o filme tratar o tráfico sobre vários pontos de vista, a única verdade absoluta: nenhum governo conseguirá vencer essa guerra. No mundo real, os bandidos já venceram há tempos.

Domingos atrás, o Fantástico exibiu um vídeo mostrando graves acusações feitas pelo mega-ultra-blaster-traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia. Na gravação, o cara dizia que policiais brasileiros o extorquiram em quase R$ 2 milhões. Quando foi preso em 07 de agosto de 2007, era um dos criminosos mais procurados do mundo e nos mostrou o poder do crime organizado. Com o dinheiro da venda de drogas, Abadia construiu um império. Tanto na Colômbia, quanto no Brasil.

A recompensa que os Estados Unidos ofereciam pelo traficante era a “irrisória” quantia de cinco milhões de dólares. Uma cifra dessas nos mostra a importância de se capturar uma pessoa acusada de mais de 300 assassinatos na Colômbia, envio de mais de 1000 toneladas de cocaína para os Estados Unidos e que, no Brasil, montou revendedoras de carros, empresas e comprou (apesar de agora dizer ter sido extorquido) inúmeros policiais.

É importante mostrar a corrupção da polícia, mas, na verdade, o problema vai muito mais além e nunca é abordado nos jornais: de que forma uma pessoa consegue montar um império deste tamanho e ser acusada de tantos crimes? Não é porque as pessoas se drogam. O seu uso é uma simples forma de alterar o estado de consciência. Sempre existiu e nunca vai deixar de existir. O ser humano precisa de uma válvula de escape para sair da rotina em que vive. Alguns farão isso praticando ioga, outros, cursos de arte. Alguns ouvirão música ou procurarão uma religião, mas nenhuma maneira é mais fácil e rápida do que usar cocaína, maconha, álcool, etc.

A reposta para o império de um traficante está totalmente ligada ao seu “poder de fogo”. Com arco e flecha ou pedras, nunca existiriam Abadias ou Fernandinhos Beira Mar. Com revólveres e pistolas, nenhum bandido em sã consciência peitaria a polícia ou governos. Ou seja, continuaremos a ver o crime organizado como conhecemos enquanto existir o tráfico de armas. Este tipo de venda ilegal é o que mais dá dinheiro no mundo – em segundo lugar, vem justamente o tráfico de drogas.

Outra questão nunca levantada na grande mídia: quais são os fabricantes dessas armas que alimentam os grandes traficantes? Justamente os países que mais tentam interferir no caos que se tornou o tráfico internacional de drogas – Estados Unidos e países da Europa. O muro de Berlim já caiu, a União Soviética não existe mais, todos os territórios do mundo já foram delimitados.

Então, por que a Smith & Swesson, Colt, Sig Sauer e outras fábricas de armamento continuam a produzir fuzis de assalto ou antiaéreos, metralhadoras e vários outros tipos de armas que deveriam ser de uso exclusivo do exército?

A resposta é simples: o poder destas fábricas está acima do poder de qualquer governo. Prova está no filme “O Senhor das Armas”, estrelado por Nicholas Cage (apesar de o cara ser canastrão, fez vários dos meus filmes prediletos). Ele interpreta o papel de um vendedor de armas, que na verdade, é um funcionário “fantasma” do governo dos Estados Unidos. Ele arma quase todos os países da África, ajudando a perpetuar as guerras civis e genocídios cometidos por lá.

Por isso, devemos começar a questionar a intromissão de Estados Unidos e países da Europa aqui na América do Sul. Eles estão muito “preocupados” com a situação na Colômbia, Bolívia ou Brasil. Nós é que devemos subir para lá e começar a questionar algumas coisas. Vamos perguntar à Colt quantas armas ela produz por ano. Vamos ver quanto essas fábricas doam para os partidos políticos dos Estados Unidos. Vamos tentar interferir por lá e impedir que essas armas cheguem nas mãos dos traficantes brasileiros, colombianos ou bolivianos. Vamos deixar todo o poder do crime organizado ser arco, flecha e pedras. E vamos continuar a nos drogar.

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