Estão todos aí?

Todo jornalista, todo escritor, todos que se propõem a publicar seus textos são vaidosos, narcisistas por excelência. E eu sou um deles - um narcisista inseguro. Por isso, resolvi postar em vez de me prostrar. A idéia de “Por Volta da Meia Noite” surgiu para compartilhar devaneios, reflexões e amenidades com quem estiver disposto. Mas por favor, não leve me leve a sério. Todas essas palavras são despretensiosas, embora eu não as esteja jogando ao vento.

Logo acima, escrevi idéia porque tenho até 2012 para me adaptar às novas regras ortográficas, então, acostume-se com a escrita dentro e fora dos padrões.

Por falar em palavras, não me lembro se li, ou se alguém me disse que um escritor tem 15 páginas para te convencer a ler seu livro. Se depois disso você não sentir atração pelo texto, parta para outro (livro ou escritor).

Aqui não existirão livros. Digitarei 500, mil, cinco mil caracteres (textos enormes, se pensarmos que a nova moda são os 140 toques por postagem), portanto, não hesite em parar de ler caso o primeiro parágrafo não agrade. Vá para outro texto, outro blog, ou então, vá para a puta que pariu.

Aproveite!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Em fim, em volta...

Sempre que saiam, o mais gostoso era a volta para casa. De madrugada as ruas ficam vazias e os dois podiam ir embora caminhando. Apesar de todos os problemas, Belo Horizonte ainda é uma cidade segura. Mas isso não os preocupava. Ela sempre fora acostumada a isso. Ele adorava andar com alguém durante a noite, mas não o fazia há muitos anos.

No meio do caminho, sempre faziam uma parada. Assim, podiam se curtir cada vez mais. Porém, em uma noite de quarta-feira, as coisas foram diferentes para ele. Quando perceberam, o relógio marcava mais de três horas da manhã. O bar já estava completamente vazio. Ninguém nas mesas de sinuca. Garçons empilhando as cadeiras. Até mesmo o rock & roll, trilha sonora de suas noites não era mais ouvido. O DJ já tinha desligado o som há tempos.

Apesar disso, os dois não se importaram com a situação. Aquela noite era deles. Era para eles. Em poucos dias, ela estaria partindo. Ia para a Europa estudar. Quando saíram do bar – fechado e abafado - um clima convidativamente frio vinha da rua. Estranho, pois era no meio de setembro, época de noites quentes ou chuvosas.

Quando começa a descer a rua, ela pergunta o que ele está fazendo. “Vou achar um táxi pra gente, oras.” Então, a frase que ele nunca vai se esquecer. “Você acha que vou perder a chance de voltar a pé com você pra casa?” E os dois sobem a avenida rumo à casa dela. São poucos quarteirões, mas, mesmo que fossem quilômetros, ele andaria. A levaria nos braços se fosse preciso.

Quando estão chegando, param no lugar de sempre. Naquela esquina, passam o resto da noite encostados no muro de uma casa antiga – a única testemunha de um caso, rolo, namoro com data para acabar. Logo depois de deixá-la na portaria do prédio, vai embora se sentindo o cara mais feliz do mundo. Mesmo tendo consciência de que em poucos dias não vai mais viver aquilo, não se importa em saber que sentirá saudades do cheiro dela, dos telefonemas para saber se ele chegou bem em casa, das conversas horas a fio e do ciúme que começava a sentir.

A única coisa que o incomoda é saber que a partir de agora, quando voltar caminhando de madrugada para casa, será sem ela.

Um comentário:

Vivian disse...

Eu gostei, muito, muito obrigada! Seu blog tem me divertido bastante, voce, seu jeito maroto. Saudades, muita. Satisfacoes em suas realizacoes. Abraco carinhosamente longo e cheiros, intensos.