Estão todos aí?

Todo jornalista, todo escritor, todos que se propõem a publicar seus textos são vaidosos, narcisistas por excelência. E eu sou um deles - um narcisista inseguro. Por isso, resolvi postar em vez de me prostrar. A idéia de “Por Volta da Meia Noite” surgiu para compartilhar devaneios, reflexões e amenidades com quem estiver disposto. Mas por favor, não leve me leve a sério. Todas essas palavras são despretensiosas, embora eu não as esteja jogando ao vento.

Logo acima, escrevi idéia porque tenho até 2012 para me adaptar às novas regras ortográficas, então, acostume-se com a escrita dentro e fora dos padrões.

Por falar em palavras, não me lembro se li, ou se alguém me disse que um escritor tem 15 páginas para te convencer a ler seu livro. Se depois disso você não sentir atração pelo texto, parta para outro (livro ou escritor).

Aqui não existirão livros. Digitarei 500, mil, cinco mil caracteres (textos enormes, se pensarmos que a nova moda são os 140 toques por postagem), portanto, não hesite em parar de ler caso o primeiro parágrafo não agrade. Vá para outro texto, outro blog, ou então, vá para a puta que pariu.

Aproveite!

domingo, 24 de janeiro de 2010

As faces dos desastres

O terremoto que atingiu o Haiti no dia 12 de janeiro ainda vai ser o assunto preferido da imprensa por um bom tempo. E não é para menos. Até coisas inimagináveis aconteceram por causa do desastre. Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama se juntaram para planejar quais os tipos de ajuda serão dadas àquele país. Isso chega a beirar o surrealismo. O Brasil está destinando vários milhões de reais em ajuda para colocar ordem na casa (o que pra mim também é surreal, já que uma boa parte poderia ser usada por aqui). Coisas previsíveis também aconteceram. Várias celebridades doaram dinheiro para ajudar os haitianos. Normal. Algo assim mobiliza o mundo inteiro.

Claro que a mídia está aproveitando a desgraça do país mais pobre das Américas para produzir matérias especiais, obter cenas exclusivas de resgate, entrevistar militares brasileiros e seus familiares, patati, patatá. Isso também é normal, já que alguns programas se dizem jornalísticos, mas não passam de entretenimento barato.

O que me chamou atenção outro dia foi a Sandy & Junior (sei que o nome dela é Sandy, mas não perco a oportunidade de chamá-la assim). Em 14 de janeiro, dois dias após o terremoto, a menina virgem postou no seu Twitter uma mensagem dizendo que a tragédia do Haiti estava recebendo mais atenção do que a do Brasil. Que absurdo né, Sandy & Junior! Lá só morreram algumas centenas de milhares de pessoas (que estão sendo enterradas em valas comuns). Porto Príncipe está um caos e vai ficar assim por um bom tempo. Angra dos Reis, as cidades de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina atingidas pelas chuvas também estão. Qualquer tragédia é tragédia, então, não vou fazer comparações aqui. Qual foi pior que qual? Nenhuma. Pais perderam filhos e crianças ficaram órfãs. Esposas ficaram viúvas e por aí vai.

Peraí. Vou fazer uma comparação sim! Vai ser esdrúxula, já que Sandy vai entrar na parada. A mídia está dando muito mais atenção ao Haiti do que ao Brasil, correto? Correto. Qual o motivo? As proporções do desastre são muito maiores, cara pálida! Aqui vai: durante muitos anos, Sandy foi o “terremoto do Haiti”. Tivemos que agüentar a mídia dando cobertura a tudo o que ela fazia. Vimos a mocinha “atuando” em filmes com seu irmão Junior, fazendo novela e mais uma penca de coisas desastrosas. Quando os dois irmãos votaram pela primeira vez, tivemos que agüentar o Fantástico apresentando uma matéria especial sobre esse “grande fato”. Fomos obrigados a engolir essa mala sem alça dando entrevistas e falando que ainda era virgem. Foda-se a sua virgindade! Várias revistas tentaram cobrir o casamento de Sandy, mas não conseguiram. Apenas o Fantástico fez isso. E fez mais uma matéria especial sobre a vida da menina.

Puta que pariu! Que absurdo! Isso sim é dar atenção a algo, meus caros. Pra mim, essas são as semelhanças entre o terremoto no Haiti e a carreira de Sandy. Porém, existe uma diferença, e ela é muito grande. O que aconteceu por lá e aqui no Brasil são desastres naturais. Não sabemos quando, onde e como vai acontecer. Não podemos prever quantas pessoas morrerão e a dimensão dos estragos. O desastre Sandy entra em outra categoria - na dos “desastres artificiais”. Seu sucesso foi meteórico? Sim! Mas infelizmente o meteoro caiu em cima das nossas cabeças. E foi totalmente planejado. Os envolvidos sabiam as proporções da catástrofe (venda de discos, programas de TV, filmes, novelas e o que mais vocês puderem imaginar).

Por sorte, a mídia muda de assunto, pois sempre acontecerão novas desgraças. E, por sorte, o desastre Sandy já não tem mais tanta importância. Espero que a moça esteja bem casada (e que tenha perdido a virgindade) e pare de chamar os que discordam dela de “ignorantes de plantão”, pois a única ignorante nessa história toda é ela mesma.

PS: Já é a segunda vez que falo da Sandy aqui no blog. Na primeira, tentei ser mais bem humorado, mas, desta vez, não foi possível. Ela me irrita mais do que tampa de pasta de dente, pote de sorvete de dois litros e embalagens blister. Na verdade, ela me irrita mais do que todas essas coisas juntas.

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