Estão todos aí?

Todo jornalista, todo escritor, todos que se propõem a publicar seus textos são vaidosos, narcisistas por excelência. E eu sou um deles - um narcisista inseguro. Por isso, resolvi postar em vez de me prostrar. A idéia de “Por Volta da Meia Noite” surgiu para compartilhar devaneios, reflexões e amenidades com quem estiver disposto. Mas por favor, não leve me leve a sério. Todas essas palavras são despretensiosas, embora eu não as esteja jogando ao vento.

Logo acima, escrevi idéia porque tenho até 2012 para me adaptar às novas regras ortográficas, então, acostume-se com a escrita dentro e fora dos padrões.

Por falar em palavras, não me lembro se li, ou se alguém me disse que um escritor tem 15 páginas para te convencer a ler seu livro. Se depois disso você não sentir atração pelo texto, parta para outro (livro ou escritor).

Aqui não existirão livros. Digitarei 500, mil, cinco mil caracteres (textos enormes, se pensarmos que a nova moda são os 140 toques por postagem), portanto, não hesite em parar de ler caso o primeiro parágrafo não agrade. Vá para outro texto, outro blog, ou então, vá para a puta que pariu.

Aproveite!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Calma porque vai ceder

Vida de gordo não é fácil. Que puta clichê! Então, vou escrever sobre a vida de gordo. Mais um puta clichê! Tirando os raríssimos casos de quem diz gostar de ser rolha de poço e não vê problemas em estar acima do peso, vou falar sobre a relação dos roliços com a calça jeans. Pois é. Essa peça de vestuário que foi criada há mais de um século e era destinada a operários, ao longo dos anos foi se popularizando, testemunhou revoluções culturais e hoje em dia tem modelos que custam meros mil reais (ou mais).

Não quero fazer um texto sobre moda, até porque não entendo nada sobre o assunto, mas arrisco dizer que ela é a peça de roupa mais democrática da história. Pois bem. Voltemos ao problema do roliço com a calça jeans. Pra um cara com cintura 48 achar um modelo “descolado”, a missão é quase impossível. E todos querem ser descolados. A sorte é que, dependendo da marca, você acha uma 46 com lavagem e corte decentes. É aí que começa o problema. Você entra na loja, todo tímido, quando aquela vendedora gostosa te aborda. Já era! Vais acabar comprando pelo menos uma. E as vendedoras gostosas são sádicas. Quando te perguntam o número e ouvem “Eu uso 48”, dizem que a 44 vai ficar ótima.

E você cai nos encantos dela. E pede a 44. E emagrece uns dois quilos tentando fazer com que Belo Horizonte caiba dentro de Sabará. É, não vai servir. Então você pede a 46. E ela te entrega. E você já está sem graça por estar suando feito um porco dentro do provador. Essa até que entra, mas não abotoa com muita facilidade. É nessa hora que vem o bote. “Moça, acho que a 48 ia ficar melhor”. (Claro! Quarenta e oito é o seu número.) “A 48 eu não tenho, mas a 46 não serviu?” “Serviu, mas está apertando um pouco.” (Sua voz sai meio estranha porque você está sem ar.) “Ah, mas esse jeans cede um bocado.” E quem cede um bocado é você. Aos encantos da vendedora gostosa.

Ao sair do provador, super sem graça, compra algo que sabe que só será usado dentro de casa. No máximo, vai sair um dia com ela e passar mal enquanto a calça que cede um bocado se recusa a ceder. Logo depois, vai colocá-la na pilha das roupas que não servem. No mês seguinte, você acha que emagreceu (todo gordo acha que está mais magro pelo menos uma vez por mês) e repete o processo citado logo acima. Quando assusta, está com seis calças novinhas guardadas no armário.

Porém, aprendi uma coisa quando era adolescente. É melhor ser gordo do que ser feio. Pelo menos você pode emagrecer. E vez ou outra você emagrece. Ou porque terminou um namoro e quer voltar pro mercado, ou porque tomou vergonha na cara e parou de ingerir zilhões de calorias por dia.

Nessa hora, meu amigo, sua vida muda. A primeira coisa que faz é correr pro armário, pegar a pilha de roupas que não servem, perceber que todo aquele “investimento de risco” deu resultado e começar a usar as tão desejadas calças jeans “descoladas” tamanho 46 que cedem um bocado. Apesar de ainda estar gordo (sinceramente, 46 é cintura de roliço), se sente o cara mais sarado do mundo. E vai pra rua “se achando a pica das galáxias”.

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